Ela agia como se não houvesse um amanhã. Não pensava nos seus atos e se divertia muito com suas burradas. Como uma criança, ela balançava como se fosse voar, adorava essa sensação de liberdade, adorava o vento contra o rosto e também adorava se esconder.

O esconde-esconde não era apenas uma brincadeira de criança, ela realmente escondia seus segredos, escondia-os de si mesma. Não confiava em ninguém, afinal, nunca confiaram nela.
Com os olhos cheios de lágrimas nunca contava o real motivo de seu pranto. Com a mente farta de mentiras e ilusões preferiu não acreditar mais no amor. Se enganando mais uma vez, jurava não amar, jurava não ser amada e dizia que o amor era apenas para os fracos.
Fraca como ela sempre desejou ser. Estava farta de ouvir: "você é forte, você supera tudo isso sozinha". Preferia chorar longe dos olhos inimigos, preferia morrer à ser derrotada.
Cometera erros para ser vista de um modo 'diferente', cometera erros para se enquadrar em sua fantasia de menininha má. Fantasia a qual a garota vestiu durante anos e com ela sua personalidade mudava, agia como uma vadia, agia como tudo que ela realmente odiava. Nunca quisera ser grande, sempre quisera apenas mostrar seus talentos ao mundo, mais ninguém quis ver, afinal, quem olharia para uma garota como ela? Com o tempo a fantasia se acomodou ao corpo e sua personalidade realmente mudou.
Agora realmente não acreditava no amor, não desejava amar, se sentia completa assim. Seus objetivos mudaram, seu principal objetivo passou a ser vingança. Queria se vingar do mundo, queria se vingar de todos, pois foram eles que à obrigaram a agir assim.

Afinal, só os fortes sobrevivem, não é?


A.