sonhos, por que me atormentam?

Não foi um sonho. Foi um pesadelo, horrível, doloroso e maldito. Observei teu corpo caído no chão. Como pude mata-lo? Vi todo aquele sangue em minhas mãos. Nunca poderia lava-lo. Foi horrível, eu olhei seu corpo gélido caído ao chão. Eu rezei para que você lutasse, eu desejei que você voltasse, mas foi tudo em vão.
Meu mundo desmoronou, tudo em volta parecia girar. Minhas lágrimas não eram suficientes para diluir toda aquela dor. Você me amava, eu te amava. Mas como pude mata-lo? Eu ainda não entendia como teria feito tamanha crueldade. Quem sabe não fui eu?
Mas o sangue, a roupa, o corpo, a arma, tudo. Tudo estava me dizendo o que havia acontecido ali. Ah, que dor! Horrível imagina-lo morrendo de novo. Horrível ouvir suas ultimas palavras com seu corpo cheio de sangue em meus braços. Horrível saber que tudo aquilo foi culpa minha.
Não via mais saídas. Não existia um mundo em minha volta. Tudo era escuridão. Ali no meio se contorciam dois corpos em meio a escuridão. Um grito e enfim o silêncio!
Não havia mais como respirar, eu tinha matado meu grande amor. Eu matei meu único amor. Eu o esfaqueei com minhas palavras, eu o despedacei com meu ódio. Mas eu o amava tanto...
Aquele silêncio era doloroso, aquele silêncio sugava minha alma, aquela escuridão me matava também. Ali estava a prova de meu amor, bem diante de meus olhos. Teu corpo caído ao chão. Tua face serena, tua pele fria e teus olhos perdidos na escuridão em nossa volta.
Relembrei suas palavras. Eu poderia jurar que estava em sua mente, mas agora eu nunca iria saber. Não havia mais jeito, não havia mais saída. Pouco a pouco a escuridão foi tomando conta de mim. Pouco a pouco minha respiração foi se tornando cansada. Já não havia mais por que viver. Oh! Eu matei meu grande amor e também morri por ele.
A única esperança que restava era de acordar, e observar teu sorriso. Para saber que tudo aquilo não passou de um pesadelo cruel.

A.