As luzes passavam perante nossos olhos. O mundo parecia correr lá fora. Rápido, rápido, rápido. Tão rápido que parecia estático, imóvel. Nossos corpos envoltos pela neblina se contorciam em um ritmo alternativo. Nossas cabeças rodavam com os delírios e as loucuras de uma juventude perdida.

A adrenalina corria no sangue, como um veneno que corrompe as veias e circula até o coração. Um cheiro doce e familiar tomava o ambiente. Um local pequeno, apertado e com duas pessoas que viam o mundo de uma forma única. Seus dedos tocavam os meus, mas visto à dilatação de nossas pupilas este não era um fato a ser levado a sério.
Já sentiu que algum momento seria especial em sua vida? Um momento que seria lembrando para sempre? Bem, foi isso que senti assim que resolvi me desapegar das opiniões alheias e me jogar nessa vida de delírios e prazer.
Antes nada fazia sentido, porém neste momento as luzes me mostram o caminho certo a seguir. Elas correm, correm e correm. Seu brilho parece penetrar em minha mente e por um segundo sinto-me vulnerável, já que elas poderiam ver o vazio em minha alma.
O mundo parece mais feliz quando se está acabando com a própria vida. As cores lá fora são mais brilhantes quando seu mundo não passa de uma dependência química e psicológica. As opiniões param de fazer sentido quando se está perdido em meio a multidão. A humanidade se torna tolerável e acolhedora quando você já não espera mais nada de ninguém.
Aquela noite, fora a primeira de muitas que ainda estarão por vir. As luzes, as pessoas, o cheiro da erva que quando se queima libera as melhores sensações possíveis, são momentos que jamais se apagaram de minha mente.
Tenho um mundo novo a seguir, tenho meus próprios caminhos a trilhar. E com a febre juvenil de experimentar todas as sensações e prazeres tenho muito o que caminhar.
"Segue a babilônia alucinada dessa geração, mais uma festa alucinada em outra dimensão. Sigo tranquilo me esquivando da estagnação"
(good trip - Forfun)
A.