A tarde caia rapidamente e pouco à pouco as luzes iam se acendendo e a cidade ficava iluminada. Lá longe a garota ouvia uma canção que soava-lhe no ouvido e ecoava-lhe na mente. Uma canção que era balbuciada ao vento por um pobre poeta que não conseguia mais amar.
Uma brisa vinda do mar corria o rosto, acariciava a pele e fazia a garota sorrir. Placas iluminadas e pisca-piscas , brilhavam em todas as direções. A música agora era sussurrada por ela, uma breve canção de amor, solta ao vento.
Sua mente vagava sozinha, enquanto a jovem observava a rua praticamente deserta. Um casal se beijava na pracinha, as crianças corriam para junto de seus pais, pois a noite já havia caído. Era triste perceber que todos estavam ao lado de alguém importante, e ela apenas vagava pelas ruas na noite de natal.
Olhando para os lados, notou estar em seu destino. Uma casa branca com uma árvore no jardim, um balanço de pneu e uma casinha de cachorro. Tudo perfeito de mais quando se é criança. A luz parecia-lhe acesa, um sorriso ficou estampado em sua face -relembrava os momentos de sua infância- a porta se abriu e dela saiu uma mulher de meia idade. Correndo com aquele ar de mãe superprotetora pegou a filha pelos braços e deu lhe um abraço longo e apertado. "Corra para casa, está esfriando".
A jovem apenas sorria sozinha em frente a uma velha casa. Virou-se para trás e num súbito espasmo seu sorriso bobo e sonhador foi-se ao chão.
Uma garotinha, assim como ela fora um dia, vagava sozinha pela noite sombria. O que ela estaria fazendo ali, em pleno o natal? Onde estaria sua família? "Sou órfã" - disse ainda meio atordoada. Não dera tempo de mais perguntas, a jovem tomou-a pelo braço, deu-lhe um longo abraço. " Corra para casa, está esfriando" , sempre desejara ouvir aquilo de novo, sempre repetia à si aquelas palavras.
A garotinha abriu um sorriso ingénuo, e juntas lá foram elas comemorar novamente seu primeiro natal em família. {:
Completamente sem sentido, apenas tive vontade de escrever
A.


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