Ela já estava cansada de toda aquela história. Ele já não aguentava mais viver com as mentiras. Com o olhar perdido no horizonte a garota se perguntava o porquê havia aceitado aquele pedido tão inoportuno. Ela poderia estar com suas amigas, ela poderia estar com milhares de garotos pelo mundo à fora; porém ela estava ali, de mãos dadas com o cara que segundos antes havia lhe feito juras de amor. Ele novamente prometeu não mentir, ele novamente prometeu que esqueceria o passado, ele tentaria começar de novo.
Era impossível esquecer de tudo o que eles haviam passado. Mas também era impossível lembrar, a lembrança trazia imagens que a cada segundo torturavam a mente da jovem.
Ela o amava, ele a amava. Os dois tinham tudo para ser o casal mais feliz do mundo, porém ainda permaneciam imóveis cada qual em seu lugar.
Nos olhos da garota, lágrimas começaram a surgir. Pouco à pouco se apossaram dele. Os traços que eram finos e cuidadosamente haviam sido marcados com um delineador, haviam se transformado em um grande borrão. A maquiagem escorria por sua face e junto dela levava toda a 'sujeira' da garota.
O rapaz já havia percebido o pranto de sua amada, porém preferiu ignorar tudo aquilo. Ele vivia em um mundo paralelo, ele sentia o peso em sua consciência. Ela estava chorando por culpa dele. Ela estava chorando por que ele a fez parecer a pior garota do mundo. Ela chorava por que se sentia suja, impotente e vulnerável.
Não dava para reverter o passado, ela sabia muito bem disso. Ela se torturava cada vez mais com sua mente. O silêncio da noite fora interrompido por baixos e quase imperceptíveis soluços que acompanhavam litros de lágrimas.
O problema todo era que a jovem sabia que as lágrimas não apagaria seus erros. As lágrimas não limpariam sua alma e as lágrimas não fariam renascer o seu amor. A solução era fácil e quase imperceptível, porém não era uma decisão a ser tomada sozinha. E nesta parte entraria o garoto, que ainda admirava o horizonte sem se preocupar com o mundo à sua volta.
Com vergonha, medo e insegurança, ela fugiu dali. Correu até seus pés não aguentarem mais, correu até se sentir segura. Ela não sabia para onde e nem o por que, mas sabia que tinha que fugir daquilo. Se olhasse em volta, perceberia que não precisaria fugir. O ombro amigo, o conselho e o alívio para dor sempre esteve ali, porém ela que nunca quis procura-lo.
* qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência .-.
será, mesmo? *
A.


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