ana & mia :/

Ela já não sabia mais o que fazer. Sua vida realmente era um inferno pois ninguém a compreendia. Ela não queria ser bela, ou então uma super modelo, ela só queria ser uma garota normal. Mas normal nunca fora um adjetivo que se encaixasse em seu perfil. Uma personalidade excêntrica e bipolar, uma arrogância e uma sutileza que assustava as pessoas ao redor.

Todos achavam que ela fazia aquilo por que queria se aparecer, por que queria ser um 'monstro'. A definiram de tantas formas diferentes que não perceberam que o monstro era o que a consumia, o 'monstro' era exatamente o que eles falavam. O 'monstro' nasceu das palavras e era impossível combate-lo sozinha.
Comer, comer. Como podem dizer que esse ato é fácil? Como alguém pode pensar em comida quando se tem tantos problemas em mente? Com o tempo a comida se torna mais um deles, e a as pessoas os deixam ainda maior.
Ela só queria ser compreendida, ela estava farta de ser criticada. Queria alguém que a entendesse, que a apoiasse, alguém se sentisse como ela. Mas infelizmente ela não achou ninguém a tempo. Pessoas assim, tem sérios problemas de aceitar sua doença, tem sérios problemas em encarar seus monstros.
De tantas vezes que ela havia sido rotulada, ela já não sabia mais o que era. A ideia de ser um monstro não saia-lhe da cabeça e isso lhe dava mais razões para continuar calada. Sem procurar ajuda a luz no fim do túnel se afastava a cada dia e ela sabia disso.
Ela não podia simplesmente jogar tudo para o alto e comer. Não era fácil assim, ela tinha uma meta, cada dia que ela havia chorado, cada lágrima não seria em vão. Ela sentia fome, uma fome de prazer, uma fome de amor próprio. Balançando a cabeça na tentativa de dissipar seus pensamentos ela tentou comer. Em vão! Seu organismo relutava para não receber alimento. No fundo ele sabia que o objetivo dela não seria atrapalhado. O próprio organismo fez o trabalho de expulsar o alimento antes mesmo que ele chegasse ao seu estômago.
Pode-se dizer que aquela não era a melhor parte de seu dia. Horas e horas vendo as pessoas olhando-a como se ela fosse uma aberração. Seus próprios pais fazia isso! Eles a torturavam com todo aquele papo de 'queremos seu bem'. Ela não teria entrado nessa se não fosse por eles, ela não teria começado nada disso.
O problema não estava nela, e sim nas pessoas que não a aceitavam da forma como ela era. Cada um tem o direito de escolher o modo de controlar a própria vida, não importa o quão doentio ele for. E isso não dá o direito à ninguém de criticar alguém não não faz uma escolha iguais as pessoas ''normais''.
Assim como ela existiam milhares de pessoas ''anormais'' pelo mundo a fora. Cada uma com sua história para contar, cada uma com um sonho. Mas o principal sonho que se pode ter quando se está nesta vida, é encontrar alguém que te possa ouvir e esse é o primeiro passo para a salvação.
*Pessoas que criticam as outras sem saber o quão grande é o problema dela, me irritam profundamente. Pessoas arrogantes e idiotas que não reconhecem que isso é uma doença e insistem em dizer por ai que essas pessoas são loucos que querem chamar a atenção, me irritam mais ainda. Por isso, se você for um idiota como esse cale a boca e não chegue perto de mim. Estou farta de gente ignorante e incompreensiva! Se acha tão ruim assim o problema daquelas pobres pessoas, fique quieto e não vá mexer com eles, seu idiota! *

A.

Postado por Diary Of Ordinary às 02:29