Não há mais palavras a serem ditas, não há mais historias a serem inventadas. Naquele momento a vida havia acabado e nada poderia mudar o que aconteceu. Como uma grande brincadeira de mal gosto, o destino novamente fez tudo acontecer.

Como um teatro representado diversas vezes. Sempre a mesma peça, sempre o mesmo roteiro, as mesmas palavras e o mesmo fim trágico. Uma, duas, três, quatro vezes. A mesma história, o mesmo fim.
Aquela mesma lua que hoje me observa triste e solitária. A mesma que durante anos observou minha vida passar. Lá de longe, mas com uma importância significativa nos fatos. Foi ela que vi refletida no brilho de seus olhos, foi ela que ficou submersa em um mundo paralelo quando nossos corações pulsaram juntos, foi ela, somente ela que me viu chorar aquela noite.
Uma, duas, três, quatro noites. Quatro decepções e quatro homens covardes e cruéis que marcaram minha vida. Quatro histórias iguais, um coração partido e uma alma sem direção.
O orgulho corrompe a alma que o coração detrói. A vida que passa perante os olhos em um segundo. Todos tão imponentes, porém submetidos à mediocridade total.
Agora, dividiria minha vida em quatro partes. A sua, pode-se dizer que foi a mais decepcionante. As outras três partes foram invadidas por babacas que não fizeram nada além do esperado. Momentos importantes, decepções marcantes e pessoas cruéis. Você, no entanto, por algum motivo ainda pode ser visto refletido na lua.
Nos nossos sonhos sei que vou levar o seu abraço sempre a me cobrir.
A.