Meus pensamentos enchem a cabeça ao te ver. Meu coração se afoga em lágrimas que custam em não cair. O toque de sua pele, o sabor de suas palavras, algo arriscado de mais para experimentar.
Assim, apenas o observo de longe. Não sei de devo esperar de ti a proteção, o carinho, ou apenas mais um pouco de ódio. O amor já não é esperado por mim a muito tempo. Um sentimento muito complexo para que duas almas distintas compartilhem, ainda mais se uma delas não deseja compartilha-lo, neste caso, você.
Não o culpo por nada que fizeste, muito menos pelo o que deixou de fazer. Apenas me consolo com uma vaga lembrança inventada.
Por de trás de seu sorriso se esconde o mistério, algo que lhe deixa com um certo encanto. Por de trás de seu coração se encontra um amor, algo que lhe dá uma maior vivacidade. Pouco me importam as Marias, Joanas e Filomenas que por ti choraram . Pouco me importam os sentimentos que tomaste para elas.
Não me importo também se depois de tudo você não olhar mais para mim. Peço lhe apenas que me deixa observa-lo. Observa-lo da mesma forma com que observei todo esse tempo, silenciosa e sem manifestar opiniões.
Já não sei mais como devo olha-lo. Seria então com o olhar cuidadoso de uma mãe? Ou até um olhar curioso de irmã? Seria enfim com o olhar misterioso de uma mulher? Não sei (...) As vezes um olhar, é apenas um olhar e nada mais.

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada. (Clarice Lispector)
A.